Fairfood Sustainability

Todos ganham: o papel dos parceiros não académicos nas instituições de ensino superior

Universidade de Aveiro

2022-11-03

Hoje venho falar-vos da importância dos parceiros não académicos no exercício formativo e educativo das instituições de ensino superior. Por que razão nos interessa este facto? Primeiro, porque vivemos numa sociedade inclusiva, onde cada um tem a missão cívica de contribuir para o bem comum. Segundo, porque a transversalidade de pontos de vista aumenta sinergias entre parceiros muito diferentes e, portanto, juntos fazemos um trabalho melhor. Com este enquadramento, retomo aqui o projeto internacional FairFood for a Smart Life (de que já falei há uns meses atrás), financiado pela Comissão Europeia e integrado na Universidade de Aveiro. Este é um projeto centrado na divulgação da Dieta Mediterrânica, enquanto expressão cultural que importa divulgar e disseminar para as gerações que nos procedem. Ao longo do projeto, temos vindo a contar com o contributo de vários parceiros não académicos, dos quais destaco, pela presença constante, a Associação dos Cozinheiros Profissionais de Portugal, a Escola Profissional do Fundão e a Associação Portuguesa de Nutrição. Apesar de estes serem parceiros com valências muito diferentes e sem qualquer tradição de atividade conjunta, foi-lhes possível, através do projeto FairFood, encontrarem um denominador comum e promoverem ações conjuntas à volta da temática do projeto. Esta envolvência de todos na partilha de saberes mais específicos contribuiu, não só, para a coconstrução de conhecimento, a uniformização de conceitos e a conjugação de ideias, mas também, para o sentimento de equipa e para o papel, fundamental, que cada um assumiu na coconstrução de conhecimento. Mais ainda, as ligações estabelecidas entre a Universidade de Aveiro e estes parceiros não se esgotam neste projeto, mas sim, criam oportunidades e ligações para trabalhos futuros. Isto significa, também, que com estas parcerias, levámos a academia para a comunidade (aspeto fundamental da missão das instituições de ensino superior) e trouxemos a comunidade e as suas necessidades para dentro da academia. Quem ganha com tudo isto? As instituições de ensino superior, porque acrescentam ao seu conhecimento mais científico e técnico, os parceiros não académicos, porque encontram espaços diferenciados de aprendizagem e os públicos que cada um serve, porque todos ficam melhor preparados para transmitirem o conhecimento adquirido. Ora isto, no nosso caso, é dar corpo à missão da Universidade de Aveiro (UA) de “… criar, compartilhar e aplicar conhecimento, envolvendo toda a comunidade através do ensino, da investigação e da cooperação com o meio envolvente, com vista a fazer uma clara diferença para os indivíduos e a sociedade” (página de entrada da UA, no separador “Sobre nós”). É esta a mensagem que vos quero deixar hoje: que a cooperação entre todos, académicos e não académicos, com vista a alcançar um resultado superior ao obtido isoladamente por cada uma das partes, é um elemento indissociável na interculturalidade de uma sociedade do conhecimento. É, pois, nossa responsabilidade comum e na devida medida, contribuirmos para essa construção, porque, assim, todos ganham!

Aos parceiros referidos, os nossos agradecimentos pelo entusiasmo vivo com que se envolveram. Continuamos a contar convosco.

Margarida M. Pinheiro